sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Violência na Escola

Este relato é sobre a experiência que tive quando meu filho passou a estudar em uma escola da rede estadual de educação.

Logo que meu filho iniciou o 6º ano de escolaridade começaram a aparecer vários indícios de que aquele ano seria difícil. Ele passou a demonstrar falta de interesse em ir à escola, chegava triste em casa. Então, após uma conversa, percebi que ele sofria bullying; reclamou que os colegas o xingavam por ser gordinho. Dizia ele que os garotos maiores batiam nos menores e tomavam seus lanches à força.

Ao comparecer à escola fui atendida pela OP - Orientadora Pedagógica -, que dava auxílio por não haver Orientador Educacional na Unidade de Ensino. Contei a OP os fatos ocorridos e manifestei minha posição de indignação contra a violência, que não acontecia somente com meu filho, e sugeri que a escola poderia se mobilizar para promover campanhas e projetos que conscientizasse os alunos quanto ao respeito às diferenças, evitando mais violência.

Através da conversa, a OP informou que aquela turma realmente estava dando muito trabalho, devido ao fato da turma ser formada por alunos entre as idades de 10 a 14 anos, muitos deles repetentes. Perguntei se a turma poderia ser desmembrada, mas respondeu que elas eram formadas pelo sistema digital da Secretaria de Estado de Educação, portanto não poderiam ser alteradas.

Com o passar do tempo, não observei melhora. O Thiago chegava em casa roxo, furado a lápis, mas parecia que já estava conformado com isso. Voltei à escola e desta vez fui atendida pelo diretor, que no momento demonstrou interesse em resolver os problemas; fez uma reunião com a turma e convocou os alunos que causavam agressões e seus responsáveis. Após isso, as perseguições em relação ao Thiago diminuíram, mas na sala de aula continuava tumulto; os alunos não respeitavam nem mesmo os professores, segundo ele contava.

Certo dia uma aluna foi espancada pela colega até sangrar enquanto outra filmava a cena, que foi publicada em rede social na internet. Isso ocorreu enquanto havia professor em sala. Quando meu filho me mostrou o vídeo fiquei horrorizada e compareci outra vez à escola para ter um esclarecimento, pois fiquei preocupada com a situação. Tive a oportunidade de conversar com a professora que estava em sala no momento da briga, e ela avisou que o caso já tinha sido encaminhado ao conselho tutelar e o vídeo removido da internet. Eu disse que a escola deve proteger a criança integralmente e que esse tipo de situação é inaceitável. A professora, triste e desmotivada, acabou desabafando: Ultimamente, a sala de aula tem sido um campo de guerra e o professor sozinho não tem como fazer milagres.

Kelly Cristina Lopes de Lemos, 13212080167.

Um comentário:

  1. Seu caso demonstra o quanto precisamos lutar por uma educação pública que valorize o ser humano, bem como, não podemos cruzar os braços enquanto comunidade. Continuemos a lutar pela redução de alunos por turma, mais profissionais nas escolas!!

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