Violência na Escola
Este relato é sobre a experiência que tive quando meu filho
passou a estudar em uma escola da rede estadual de educação.
Logo que meu filho iniciou o 6º ano de escolaridade
começaram a aparecer vários indícios de que aquele ano seria difícil. Ele
passou a demonstrar falta de interesse em ir à escola, chegava triste em casa.
Então, após uma conversa, percebi que ele sofria bullying; reclamou que os colegas o xingavam por ser gordinho. Dizia ele que os garotos maiores
batiam nos menores e tomavam seus lanches à força.
Ao comparecer à escola fui atendida pela OP - Orientadora
Pedagógica -, que dava auxílio por não haver Orientador Educacional na Unidade
de Ensino. Contei a OP os fatos ocorridos e manifestei minha posição de
indignação contra a violência, que não acontecia somente com meu filho, e
sugeri que a escola poderia se mobilizar para promover campanhas e projetos que
conscientizasse os alunos quanto ao respeito às diferenças, evitando mais
violência.
Através da conversa, a OP informou que aquela turma
realmente estava dando muito trabalho, devido ao fato da turma ser formada por
alunos entre as idades de 10 a 14 anos, muitos deles repetentes. Perguntei se a
turma poderia ser desmembrada, mas respondeu que elas eram formadas pelo
sistema digital da Secretaria de Estado de Educação, portanto não poderiam ser
alteradas.
Com o passar do tempo, não observei melhora. O Thiago chegava
em casa roxo, furado a lápis, mas parecia que já estava conformado com isso.
Voltei à escola e desta vez fui atendida pelo diretor, que no momento
demonstrou interesse em resolver os problemas; fez uma reunião com a turma e
convocou os alunos que causavam agressões e seus responsáveis. Após isso, as
perseguições em relação ao Thiago diminuíram, mas na sala de aula continuava
tumulto; os alunos não respeitavam nem mesmo os professores, segundo ele
contava.
Certo dia uma aluna foi espancada pela colega até sangrar
enquanto outra filmava a cena, que foi publicada em rede social na internet.
Isso ocorreu enquanto havia professor em sala. Quando meu filho me mostrou o
vídeo fiquei horrorizada e compareci outra vez à escola para ter um
esclarecimento, pois fiquei preocupada com a situação. Tive a oportunidade de
conversar com a professora que estava em sala no momento da briga, e ela avisou
que o caso já tinha sido encaminhado ao conselho tutelar e o vídeo removido da
internet. Eu disse que a escola deve proteger a criança integralmente e que
esse tipo de situação é inaceitável. A
professora, triste e desmotivada, acabou desabafando: Ultimamente, a sala de
aula tem sido um campo de guerra e o professor sozinho não tem como fazer
milagres.
Kelly Cristina Lopes de Lemos, 13212080167.
Seu caso demonstra o quanto precisamos lutar por uma educação pública que valorize o ser humano, bem como, não podemos cruzar os braços enquanto comunidade. Continuemos a lutar pela redução de alunos por turma, mais profissionais nas escolas!!
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