segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A nova dimensão da orientação educacional.

   A nova dimensão da orientação educacional


                Sobre a Orientação Escolar ou Educacional, Ferreira (apud Batista, 2010) conceitua: “Processo intencional e metódico destinado a acompanhar, segundo técnicas específicas, o desenvolvimento intelectual e a formação integral da personalidade dos estudantes, sobretudo adolescentes” (p. 27).
                 O termo “Orientador Educacional” é conceituado na enciclopédia virtual Wikepédia - site amplamente utilizado em pesquisas básicas online, da seguinte maneira: (...) uma especialidade do pedagogo, que pode ser obtida através de cursos de habilitação, incorporada ou não à licenciatura em pedagogia, ou através de especialização.
                 O orientador educacional atua junto ao corpo discente das instituições de ensino, acompanhando as atividades escolares, O ORIENTADOR EDUCACIONAL: Atuação, formação profissional e dilemas enfrentados pelo Pedagogo Escolar com o fim das habilitações em Pedagogia Fabrício Spricigo Florianópolis, v. 13, n. 01, p. 187 – 205, jan. / jun. 2012 191 bem como o desempenho do estudante, seja em termos de rendimento ou de comportamento.
                A inserção da Orientação Educacional nos objetivos educativos e no desenvolvimento dos conteúdos das diferentes áreas de conhecimento, nas atividades didático-pedagógicas e nas instituições escolares e extraescolares, faz dela um campo de atuação que se preocupa, em primeira instância, com a realidade sócio educacional e seus processos subjacentes. No contexto da Orientação, o professor, mais do que instruir, precisa ajudar a aprimorar seus alunos com sua presença, seu apoio, dedicação e afirmação frente à vida.
                O professor que verdadeiramente está ciente de seu papel deve ser também um ouvinte, um orientador do seu aluno. Todavia, mesmo assim, precisa de um suporte na resolução de questões que extrapolam o ambiente da sala de aula. Nesse contexto, revela-se de extrema importância o Pedagogo escolar, principalmente na figura do Orientador Educacional. Só com a colaboração e compreensão dos professores é que o orientador conseguirá construir um clima favorável ao desenvolvimento da aprendizagem no cenário escolar.
                 Por meio da união entre orientador e docente, na base do bom relacionamento, da filosofia de vida e de educação, traduzidos no entusiasmo e vivência de valores, da formação do educando, poderá o Orientador Educacional auxiliar no desenvolvimento do processo ensino aprendizagem. (ABELIN, 1989) O professor participa do processo de Orientação Educacional quando considera o aluno centro das ações que envolvem o ensino-aprendizagem.
                 Atualmente, o orientador não pode mais atuar sozinho, desvinculado do todo da escola, aplicando apenas testes psicológicos e terapêuticos, individualmente. Sua inserção, hoje, relaciona-se ao compartilhamento de experiências com todos os profissionais da educação, discentes, família e comunidade escolar. Sua atuação está diretamente relacionada ao processo de planejamento participativo, sendo um dos profissionais mediadores da viabilização do Projeto Político Pedagógico na instituição escolar.
                Nesta perspectiva, o docente é uma figura-chave no processo de orientação, pois permanecendo mais tempo com o aluno tem maior possibilidade de observá-lo numa variedade de situações de ensino-aprendizagem. O verdadeiro profissional docente não ensina somente a ler, escrever e contar, mais inclui nos objetivos de seu planejamento a formação integral do educando: o respeito pelas diferenças, direitos e atividades alheias, valores como lealdade, solidariedade e honestidade, exercício da cidadania. (Ibid., 1989)                 Muitos professores acham difícil participar da Orientação Educacional por falta de O ORIENTADOR EDUCACIONAL: Atuação, formação profissional e dilemas enfrentados pelo Pedagogo Escolar com o fim das habilitações em Pedagogia Fabrício Spricigo Florianópolis, v. 13, n. 01, p. 187 – 205, jan. / jun. 2012 192 tempo, sobrecarga de trabalho, e porque não compreendem bem, sentem-se inseguros para colaborar ou até mesmo não dão importância, consideram desnecessário.
                Nesse sentido, o Serviço de Orientação Educacional (SOE) da escola deve promover esclarecimentos necessários sobre Orientação. Todo educador tem necessidade de conhecer o assunto, para que possa, realmente, exercer sua função enquanto profissional da educação socialmente comprometido com o desenvolvimento de seus alunos. Desse modo, o educador precisa participar do Serviço de Orientação de sua escola, pois ele é também um orientador educacional.
                O professor, como educador, será sempre um orientador, que deverá estar preparado a prestar assistência e informações solicitadas pelas crianças, adolescentes e jovens. É necessário, urgentemente, ir além da educação meramente conteudista, pois, o docente trabalha com alunos em desenvolvimento. Assim, na atualidade, a Orientação Educacional deve ser um compromisso assumido por todos os envolvidos no processo educativo, coletivamente. É preciso romper com a construção histórica de fragmentação da Orientação ligada à Ditadura Militar que pretendia moldar o aluno aos preceitos vigentes naquele período. Essa imagem da Orientação Educacional, de acordo com Pinto (2006), é resultante da implantação feita no Brasil pelo governo militar de uma ideologia política para garantir a expansão do modelo econômico de industrialização voltado aos interesses do capital estrangeiro.
                Desse modo, os princípios da racionalidade e eficiência são transportados do cenário econômico para o educacional, buscando garantir a produtividade do Sistema de Ensino. O autor supracitado registra que o perfil do Orientador Educacional, nesse sentido, estava referido ao contexto tecnicista em que sua formação era pensada. A concepção dominante de sua atuação era centrada na divisão social e técnica do trabalho que tinha como referencial a perspectiva empresarial-industrial. Assim, nas décadas de 1970 e 1980, o Pedagogo egresso das diferentes habilitações (Especialistas em Educação) passou a sofrer severas críticas, uma vez que tinha uma atuação e visão fragmentadas do seu trabalho nas escolas: o orientador educacional só via o aluno, o supervisor escolar só via o professor e o diretor só via a parte administrativa da escola. O ORIENTADOR EDUCACIONAL: Atuação, formação profissional e dilemas enfrentados pelo Pedagogo Escolar.

Retirado do site: docplayer.com.br/6547586-O-orientador-educacional-atuacao-formacao-profissional-.
Postado por: Thais Guimarães / Roseli Barbosa/ Marisete Mesquita.
Polo Paracambi.




Um comentário:

  1. muito proveitoso esse conteudo .. parabens ao grupo!!me tirou duvidas e acrescentou conhecimentos .. com uma linguagem simples !!!

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